EPISÓDIO 30 - 4ª parte
- Andie dirige. A outra fica no meio. Se tentar alguma gracinha, já sabem o que acontece, né?
As duas obedecem mais uma vez. Todos entram no veículo. Quando estão acomodados, Andie dá partida.
- Levante os vidros, lourinha! Passe pela segurança devagar!
Saem os três pelo portão da mansão e trafegam pelas ruas da cidade, sem provocar suspeitas. O bandido sempre apontando a arma para Tina. Como a Kombi possui vidros fumê, ninguém vê o que se passa no seu interior.
Num bairro da periferia, já se sentindo mais seguro, o falso médico faz Andie parar e amarrar Tina. Logo a seguir, entram numa rodovia que leva para o Sul da cidade, na direção de outro estado.
NA RODOVIA
Uma blitz. Um policial acena energicamente, parecendo irritado, dando ordens para que a Kombi avance sem parar. Um sorriso de alivio aparece no rosto do homem armado, ao mesmo tempo em que ele olha de viés para as meninas. Elas estão tomadas de pavor.
A Kombi não rodou mais de vinte metros quando se ouve um estrondo e o veículo rodopia na pista, fazendo um barulhão de lataria que se choca no asfalto, mas imediatamente pára, obstruindo o trânsito. A sua traseira quase invadir a outra pista. As meninas gritam apavoradas, sem entender o que aconteceu.
Ao ouvirem o estrondo, os policiais deixam a blitz e avançaram correndo na direção da Kombi. Agora é a vez do homem armado ser tomado de pânico. E tentando uma última cartada, ele ameaça:
- Se alguém se mexer, abrir a boca, eu atiro!
Mal termina de falar e um policial já está ao seu lado.
- Que aconteceu? Alguém machucado? Vocês escaparam por pouco! Vejam o abismo lá embaixo! – aponta.
Outro policial olha debaixo do veículo. E sem se levantar de lá, chama.
- Sargento, venha ver!
O sargento deixa os passageiros e se abaixa para verificar o que o colega está mostrando.
- Um pneu estourou! Como isso pôde acontecer?
O falso açougueiro, concluindo que será o seu fim se algum militar desconfiar da sua intenção, resolve escapar e disfarçadamente entra no mato.
Ao vê-lo tomando distância, Andie e Tina saem correndo e gritando:
- Socorro! Ele está armado! Estava nos seqüestrando!
O policial vira-se e vê Tina de mãos amarradas. Saca da arma e corre para o mato, escorregando, gritando ordens. Há troca de tiros. Mais policiais se mobilizam, descendo apressadamente o barranco molhado de chuva. Por longo tempo, ouvem-se tiros, aqui e ali, no mato. Horas depois, a rodovia volta ao seu silêncio rotineiro, somente interrompido pelo barulho de carros que passam. E as meninas, abaixadas atrás da Kombi, vêem os policias subindo o barranco. A seguir, uma voz grave e determinada fala no rádio da viatura.
- Mande uma ambulância! Houve um tiroteio aqui!Tem um seqüestrador morto!