Saturday, February 17, 2007

EPISÓDIO 35

Tzeck
– o cigano tcheco
Andie estava arrumando o quarto de pensão onde morava com o namorado, num bairro residencial de Budapest, quando o telefone tocou.
- Andie, fuja! Desapareça logo daqui! Vai para o Brasil enquanto é tempo!
O rapaz mal conseguia falar. Sua voz saía embolada, como se estivesse engasgado.
- Tzeck, o que aconteceu? Meu Deus! Onde está você?
- Embaixo da ponte do Danúbio, do lado da Eslováquia. Escondido!
- Tá chovendo muito... que aconteceu?
- Estão atrás de nós, Andie?
- Quem?
- A gang de Pássaro e a polícia húngara. Não tenho certeza... Me pegaram! Estão procurando você também! A polícia acha que sou da quadrilha porque fiz os brincos. Pássaro pensa que informei à mulher que dentro dos brincos havia diamantes. Como? Se nem eu sabia que ele ia distribuir as pedras por toda Europa dentro das bijuterias?
- Meu Deus! E agora?
- Foge para Bratislava. Pra casa do amigo Branok. De lá você pega um trem pra Suíça. Desce na estação dentro do aeroporto de Zurique, pega um avião pro Rio! Não fale com ninguém em língua nenhuma, muito menos em alemão. Finja de turista que não fala inglês. Quando chegar, procure o colégio Magnata. Dê um jeito de infiltrar nesse colégio! Existe uma facção do Pássaro lá dentro. Descubra os bandidos... É o único jeito de livrar nossa cara!
- Mas... e você?
- Depois te encontro no Brasil. Fuja, Andie, enquanto é tempo!
Tzeck falava com dificuldades. Estava deitado às margens no rio, num lamaçal, todo encharcado de uma chuva fina que não cessava.
- Andie, vou desligar. Estou quebrando! Meu corpo todo dói!
Andie quis dizer mais alguma coisa, mas ouviu um estalido, interrompendo a ligação. Em seguida, Tzeck tentou se levantar. O corpo do cigano estava moído. Ainda assim, apoiando-se no braço direito, conseguiu se erguer, mas escorregou na lama. Seu corpo desceu rapidamente para a margem. Ele não tinha forças suficientes para mover um dedo sequer. Não conseguiu se segurar. As águas barrentas do Danúbio acolheram o seu corpo. E não se passou mais de alguns segundos para que a consciência lhe fugisse. Inerte, ele foi tragado pela selvagem correnteza que arrastava tudo.
F I M

Não perca no próximo Episódio, a fuga de Andie para o Brasil.
O nome do cigano foi inspirado no meu amigo virtual Zeca, do blog Janelas Abertas, a quem dedico este Episódio.
Leia o meu blog de contos Na Ponta do Lápis

EPISÓDIO 34 - final

PEDRO HENRIQUE - a reviravolta
No mesmo instante, ouve-se o barulho de um tombo e gritos vindo do interior da mansão. Pedro Henrique corre para o jardim. No luxuoso salão, faz-se um silêncio embaraçoso, acompanhado de surpresas nas fisionomias.
Júlia pede licença à Flora di Garmignon. Vai até à área de serviços e depara com a lavadeira suja de tinta vermelha.
- Abaixei pra pegar uma peça que caiu. Esse menino veio correndo, esbarrou em mim e me derramou tinta!
Júlia sente vontade de rir. A moça chora baixinho, caminhando para a ala dos empregados. Felizmente, da sala, a condessa não pode ouvir nada.
Tina, por sua vez, no topo da escada, entende tudo e sente vontade de voar de lá e esganar a mulher, mas nada pode fazer porque sua mãe descobriria os seqüestros.
Flora di Garmignon, sem entender o que se passa, limita-se a sorrir quando Júlia retornou à sala. Levanta-se e se despede. E andando apressada e mancando, entra no carro e sai aliviada dali.

O carro da condessa cruza com um outro que começa a entrar na mansão. Ela não reconhece o motorista por causa dos vidros fumê fechados. Nem dá importância. Só quer mesmo sair dali o quanto antes. O carro avança pela alameda em sentido contrário ao da condessa, indo direto para o estacionamento. O vidro vai descendo devagar e surge na janela a lourinha.
Pedro Henrique corre ao seu encontro.
- Andie, você precisa me defender! Mamãe tá no maior veneno!
- Que você aprontou, garoto?
- Culpa da Tina!
- Cadê ela!
- Lá dentro. Vem!
Dá a mão a Andie e os dois seguem para a porta dos fundos da mansão.
Lembra do artesão de Budapest, que fabricou os brincos em forma de bulbo? Ele está chegando... TZECK - o cigano tcheco, próximo Episódio.
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EPISÓDIO 34 - 3ª parte

PEDRO HENRIQUE – a grana
- Pirralho, preciso de você!
- Ih, se me xingar, nada feito!
- E essa grana aqui? – Tina mostra a ele uma nota.
- Ok, pode xingar à vontade. Passa a grana. Que devo fazer?
- Nada demais! Espera aqui, vou falar com a lavadeira!
Em seguida volta com um tubo de tinta vermelha na mão. Despeja num copo com água e interroga o irmão.
- O que tá parecendo?
- Suco!
- Tem uma tal de condessa aí na sala. Já sabe o que fazer?
- Derramar esse troço nela.
- Garoto inteligente... suja ela toda, entendeu?
- Falou!
Tina sai por uma outra porta e sobe uma escadinha em forma de caracol fora da casa e entra por uma janela no andar superior. Fica escondida no topo da escada que dá acesso aos quartos. Logo o menino entra na sala com o copo. A mãe, toda efusiva, apresenta-o:
- Condessa, este é meu filho caçula, Pedro Henrique!
Desta vez a condessa não se levanta e Pedro Henrique nem dá tempo de nada. Vai logo perguntando, andando na direção dela.
- A senhora é condessa, como nos livros?
- Sim, meu pequeno príncipe! – e Flora solta aquela máscula gargalhada, que faz Tina estremecer de raiva lá no seu esconderijo.
- Ih, me chamou de livro! – brinca o garoto.
- Ah, então conhece os livros, gosta de ler?
- Penha lê pra mim e os filhos dela. Mamãe escolhe os livros.
Ele chega bem pertinho da condessa com o copo na mão. Tina estremece só de pensar no prazer de vê-la toda lambuzada de tinta vermelha, mas contrariando o combinado, Pedro Henrique se afasta e deposita o copo numa mesinha, debaixo da escada, e chama a mãe. Júlia pede licença à convidada.
- Mamãe, Tina me deu esse dinheiro pra eu derramar tinta na condessa!
- Cretina! Eu mato a sua irmã!
- A senhora é que sabe! Se me der mais, não derramo nada!
Júlia abre uma gaveta e pega uma nota maior.
- Tome! E desapareça daqui com esse copo!
Assim faz o menino. Tina desce correndo pela escadinha em forma de caracol e encontra-o lá fora.
- Ladrãozinho, te mato!
- Ladrãozinho não, negociante! Mamãe me deu mais! – esclarece, fugindo.
- Vem aqui pirralho! Quanto ela te deu?
- Veja!
- Te dou mais! Vou pegar na minha mochila. Tá valendo?
- Se você me der o dobro!
Tina sente vontade de bater no irmão, mas se cala porque precisa dele.
- Vou buscar. Fique aqui!
Sai correndo. Sobe novamente. Quando desce, não vê mais o menino. Fica danada e resolve entrar pela porta da frente da casa. Quando a condessa a vê, estremece outra vez. E tentando disfarçar a voz, pergunta.
- Tina, quantas línguas você fala?
- Inglês e francês. Fluente! E estou aprendendo alemão e espanhol no colégio Magnata!
A condessa estremece mais ainda ao ouvir o nome do colégio. E tentando dar naturalidade à voz, conclui.
- Estudar línguas é muito importante. Aprendi o português com um adolescente, quando morava na Suíça e ele estudava lá, ao mesmo tempo em que ensinava alemão e italiano pra ele. Era muito amiga da família que o criou.
- Sei... – diz Tina desinteressadamente e chama o irmão que a olha desconfiado, escondendo o copo.
- Vem cá, Pedro Henrique!
O menino acompanha-a até o jardim. Quando vê as duas notas na mão da irmã, vai logo dizendo.
- Me dá, Tina! Vai ser agora!
Tina entrega as notas. Pedro Henrique sai correndo e dá a volta pela cozinha. Então Tina, no seu esconderijo novamente, vê a condessa se levantar.
- Júlia, querida! Tenho que ir. Preciso tratar de alguns assuntos antes de voltar para Viena!
- Já? Mas ainda nem...
C o n t i n u a...
... aconteceu às margens do Danúbio, entre a Eslováquia e a Hungria. Vem aí TZECK – o cigano tcheco!
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EPISÓDIO 34 - 2ª parte

A VISITA - 2ª parte
- Poxa! A condessa é uma mulher lindíssima. Engraçado, condessas é meio raro por aqui. Principalmente inglesas.
- Austríaca, querida! – corrige a mulher com voz trêmula.
- Desculpe. Não é muito comum ver austríacos por aqui. A Áustria fica perto de Budapest, não? Condessa, a senhora não vai acreditar! Acho que estou confundindo-a com uma pessoa que conheci uma noite dessas. A senhora me parece tão familiar! Até no perfume!
Flora di Garmingnon aperta com força a bengala. E tentando parecer natural, esclarece:
- Venho muito ao Brasil, Tina! E em Santa Catarina...
- A senhora deve conhecer bem o Brasil mesmo. Fala o português até sem sotaque!
- Convivi com brasileiros a vida toda!
- Sei... A senhora deve conhecer muitos lugares aqui. Tem problema na perna, Condessa?
- Torci o tornozelo, o médico recomendou...
Júlia interrompe a conversa.
- Tina, querida! Não seja indiscreta. Está aborrecendo a condessa.
E voltando-se para a convidada, diz, tentando mudar o rumo da conversa.
– Condessa, essa menina tinha um cabelo lindo. De uma hora pra outra, resolveu cortar... – E andando pela sala, procura saber. - Tina, não vai trocar de roupa?
- Já vou, mamãe. Cadê o Pedro Henrique?
- Lendo na biblioteca!
- Com licença, Condessa! Mamãe, no nosso viveiro temos jandaia e periquito?
Agora tendo mesmo certeza de que a menina está reconhecendo-a, Flora di Garmignon sente o chão faltar sob os pés, mas procurando dar um tom natural à voz diz:
- Você também, Júlia, mudou o visual. Cabelos ruivos, olhos verdes...
Desta vez é Júlia quem fica embaraçada.
C o n t i n u a...
... aconteceu às margens do Danúbio, entre a Eslováquia e a Hungria. Vem aí TZECK – o cigano tcheco - Episódio 35.
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EPISÓDIO 34 - 1ª parte

Participam deste Episódio: Júlia, Flora di Garmingnon, Tina e Pedro Henrique.
A VISITA
Júlia grita do topo da escada.
- Amanhã vou receber uma pessoa de linhagem nobre! Quero essa casa limpíssima! Não quero ver uma poeirinha!
Xavier, o mordomo, fica na dúvida.
- Linhagem?
- Vou receber uma condessa austríaca, mordomo! Vê se instrui!
- Eu não sei falar alemão. Só inglês e olhe lá!
- Você não deve falar nada. Só servir! – adverte Júlia, já chegando na sala. – E contrate aquela firma de Conservação e Limpeza, afinal, vocês não são os meus escravos. Não vou esfolar o couro dos meus amados empregados – finaliza dando uma sonora gargalha e entra na sozinha.
Xavier e os outros acabam rindo também. A arrumadeira ironiza.
- Viram como ela é boazinha? Não vai arrancar o nosso couro! Santinha!

Pára um carrão na rua, em frente à mansão. Ao vê-lo estacionado, Júlia dá ordem para que o portão seja aberto. O carro vem entrando lentamente pelo jardim. Ao chegar na entrada da mansão, a anfitriã, com o seu melhor sorriso, já está esperando a visita. Desce uma mulher alta e loura, trajando um terninho branco de linho, apoiada numa bengala. Júlia sussurra para os empregados.
- A condessa!
Os empregados tomam rumos. O motorista fecha a porta que abrira para a condessa e manobra o carro para o estacionamento. Júlia vai ao seu encontro, rebolando, de braços abertos.
- Condessa Flora di Garmignon, que honra! Venha, querida, entremos!
A condessa é recebida no luxuoso salão da mansão. Ela e Júlia passam horas e horas conversando, sem percebem o tempo passar, quando a porta se abre e aparece Tina com a mochila jogada nas costas, usando short e camisa do time de basquete. Parece meio displicente com os cabelos cortados muito curtos.
Júlia vai ao seu encontro toda orgulhosa.
- Tina, quero te apresentar uma pessoa que conheci na Europa durante...
A condessa se levanta. Então Tina percebe que mulher se apóia numa bengala. A menina arregala os olhos quando vê aquele corpo escultural e se aproxima da convidada. E quando fita os olhos azuis da condessa, quase desmaia de surpresa. Flora di Garmingnon também compartilha do susto. E desconsertada, estica a mão para Tina. Propositadamente, a menina aperta-a com mais força do que deveria e diz entre dentes:
C o n t i n u a...
... aconteceu às margens do Danúbio, entre a Eslováquia e a Hungria. Vem aí TZECK – o cigano tcheco - Episódio 35.
E leia contos inéditos no meu blog Na Ponta do Lápis

Thursday, February 15, 2007

EPISÓDIO 33 - final

ACERTO DE CONTAS - na diretoria do colégio Magnata
Reunião encerra! Como disse, o grupo de chineses me espera. Podem sair!
As duas saíram. Dulcinéia chorando baixinho. Sabrina constrangida.
- Oh Dulce! E agora?
- Deixa pra lá, Sabrina!
- Que posso fazer por você?
- Nada! Daqui a uma semana eu volto. Tchau!
Foi ao vestiário. Trocou de roupa. Pegou a bolsa. Quando ia chegando na portaria, avistou Andie e Tina, agora conversando à beira da piscina olímpica. Pareciam confidenciar algo, pelo modo como falavam. Dulcinéia cogitou:
- Se a creTina não soubesse nadar, eu jogava ela na piscina. Queria ver a branquela da Andie correndo doidinha, gritando por socorro! Ela não deve saber nadar!
Ainda rindo desse pensamento, ouviu a voz do prof. Galvão.
- Dulcinéia, espere!
- Lá vem esse chato atrás de mim! - resmungou, balançou a cabeça e continuou andando. Ele alcançou-a :
- Dulcinéia, não se preocupe. A semana que for descontada de você, depois te dou o dinheiro, ok? Mas é segredo, beleza? – falou, olhando na direção das meninas, que agora estavam paradas na borda da piscina.
- Beleza? Olha aí, o homem tá apaixonado mesmo! Falando gíria, cortou o cabelo, parece mais jovem... pena que aquela branquela não merece...
Felício Galvão sorriu. E Dulcinéia se aproveitou.
- Professor, quantos anos o senhor tem?
- 32, mas não sei porque estou te dando papo. – ele ria muito, sem tirar os olhos de Andie. – Tchau, Dulcinéia! Não se esqueça, vou te dar o dinheiro que for descontado! Segredo nosso, ok?
- Professor, o senhor é um amor! Te adoro!
Jogou beijinhos e saiu andando apressada.
Pela primeira vez na vida, Felício Galvão saiu correndo pelo corredor. Sem se dar conta, ia na direção da piscina. Quando caiu em si, fez meia volta e saiu andando normalmente e assoviando.
Dulcinéia ainda pulava de alegria quando passou por Wenderson.
- Porteiro vacilão. Faz tudo errado! Nem sabe se dar bem com as mulheres!
O rapaz olhou-a sem entender. Em seguida cerrou levemente os olhos e ficou movendo os lábios, como se a estivesse beijando e murmurou:
- Em você todinha!
Dulcinéia pensou em voltar e dá um tapa em Wenderson, mas lembrou que a situação poderia piorar porque estava suspensa do serviço. Assim resolveu continuar seu caminho, remexendo os cabelos negros. Contrariando o conceito da sua professora de Ética e Postura, rebolava sensualmente. Mais adiante se virou. E vendo que Wenderson ainda olhava-a com cara de gato querendo comer o peixe, aconselhou:
- Pode tirar o olho! Tenho compromisso! Meu namorado é motorista de ônibus, pastor, chileno... um cara lindo lindo! Você, senhor Wenderson, pelo jeito, vai morrer sozinho. Sem namorada!
F I M
Júlia recebe na mansão uma visita. Uma mulher loura, lindíssima, corpo escultural, olhos de um azul infinito... e de bengala. Sabe quem é?
E uma história de ciúmes no blog Na Ponta do Lápis

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EPISÓDIO 33 - 2ª parte

ACERTO DE CONTAS - na diretoria do colégio Magnata
- Sabrina... – ele hesitou. Não tinha perguntas a fazer. A outra copeira nunca deu alteração no colégio. - Acho que devemos encerrar esse assunto!
Dulcinéia virou bicho. Levantou da cadeira, bateu a mão espalmada na mesa, a ponto de a diretora Clarice arregalar os olhos.
- Quer dizer que sou o Lobo Mau aqui e a Sabrina o Chapeuzinho Vermelho? Nem vem que não tem! Exijo que façam perguntas a ela também.
Clarice retomou o controle da situação.
- Você não exige nada! Aponte uma alteração de Sabrina na escola que aplicamos uma pena nela.
Dulcinéia se acalmou. Não lembrou de nada que pudesse comprometer a colega. Olhou Sabrina e viu que ela permanecia de vistas baixas. Sentiu-se culpada.
- Desculpem! Realmente Sabrina é uma excelente pessoa. Nunca vi nada errado com ela.
- E você a envolveu com o porteiro, daí a briga entre as duas.
- Sim.
Felício Galvão se dirigiu a outra copeira.
- Sabrina, quer dizer alguma coisa?
- Não professor! Eu só lamento que tudo isso tenha acontecido. De fato, eu e Dulcinéia somos vizinhas e amigas. Não sei porque ela tramou aquilo com o Wenderson.
- Eu sei! – disse Clarice olhando Dulcinéia nos olhos. – Os atos desastrosos dela são como uma bomba. Explodem sem medir a dimensão do estrago.
Dulcinéia ia protestar. O prof. Galvão ignorou-a, dirigindo-se a Clarice:
- Podemos encerrar a reunião? O grupo de chineses está me esperando. Tenho muita coisa pra resolver!
- Concordo. Mas a coisa não pode ficar assim. Sugiro uma penalidade pra Dulcinéia. Uma semana de suspensão do serviço!
A copeira ficou meio confusa. E na dúvida procurou esclarecer.
- Vou ficar uma semana em casa?
- Sim. - respondeu Clarice.
- E vou receber o meu salário normalmente?
- Estou te dando suspensão, não férias. A semana será descontada no seu salário.
O prof. Galvão levantou junto com Dulcinéia, que já ia protestar.
- Está feito, Dulcinéia. Daqui a uma semana você volta ao trabalho. Sabrina, pode sair, por favor!
- Suspensa também, professor?
- Por enquanto não!
Sabrina não achou justo só a colega ser punida e resolveu protestar. Dulcinéia começou dizer alguma coisa. Clarice também falava. A coisa estava virando bagunça. Felício Galvão alterou a voz.
C o n t i n u a ...
Acredita que depois de tudo isso DULCINÉIA ainda aprontou pra cima de WENDERSON? Leia o final e verá!
Leia o meu blog de contos Na Ponta do Lápis

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EPISÓDIO 33 - 1ª parte

NESTE EPISÓDIO, FIZ UM APANHADO DE MUITOS FATOS QUE ACONTECERAM NA MINISSÉRIE ATÉ AGORA.

ACERTO DE CONTAS na diretoria do colégio Magnata
Sabrina e Dulcinéia foram chamadas na direção do Colégio Magnata depois da briga no vestiário. Clarice, elegantíssima como sempre, conduzia as perguntas. E exigiu que as respostas fossem sim ou não:
- Dulcinéia, você se lembra do tumulto que provocou no colégio, confundindo Andie com alguma artista, arrastando os alunos atrás dela e por isso tivemos que suspender as aulas?
- Sim!
- No dia da distribuição de bolsas, você arrumou uma confusão com uma bolinha de ping-pong e dois alunos, KK e Tiago, para se aproximar de um rapaz, isto depois de chegar atrasada para o expediente. Verdade?
- Ai meu Deus! Foi Wenderson que contou? Naquele dia eu tinha visto o...
- Responda sim ou não.
Dulcinéia, amuada, respondeu sim entre dentes:
- Você faltou ao expediente para participar da gravação de um vídeo com a atriz Yana Bahra?
- Professora, faço teatro. Era a minha chance de...
Desta vez foi Felício Galvão quem a interrompeu.
- Dulcinéia, você não está colaborando!
A copeira olhou-o com raiva e praguejou em pensamento. - Tomara que a branquela da Andie nunca fique com ele. Professor mais chato esse!
- Sim, faltei!
Novamente a diretora se dirigiu a ela:
- Houve uma briga entre você e uma aluna por causa de um celular?
- A creTina, quer dizer, a Tina vive me provocando... sim, sim!
- Naquele dia do roubo numa joalheria do Shopping Galeria, é verdade que você falou: “Deve ser a diretora. Ela vive cheia de jóias.”
- Professora, tem mentiroso demais nesse colégio. Eu apenas comentei: “ouvi a notícia na sala da diretora Clarice”. Sim! Quero dizer, não!!!
A diretora olhou para Felício e pareceu cansada.
- Felício, desisto. Agora é com você!
- Eu, Clarice?
- Você mesmo! É a sua protegida. Faça você as perguntas!
- Minha protegida? Como assim?
- Foi você que a colocou aqui!
- Clarice, espera aí...
Os dois começaram a discutir baixinho, Dulcinéia ficou calada. Sabrina até o momento não tinha sido interrogada e permanecia sentada num canto, com as vistas baixas, parecendo envergonhada.
Subitamente, o professor parou de falar e olhou para a quadra de tênis. As três mulheres acompanharam o seu olhar. A lourinha Andie caminhava ao encontro de Tina. Ao perceber que estava sendo observado, Felício corou gaguejando:
C o n t i n u a....
Você conhece alguém que armou a própria armadilha? Não? Então leia SENBILIDADE À FLOR DA PELE no Na Ponta do Lápis

Friday, February 09, 2007

EPISÓDIO REVELAÇÃO 32

LEIA ESTE TRECHO DO EPISÓDIO 9 - 2ª parte.
No mesmo instante uma camareira chega correndo e cobre a atriz com um lençol de seda. E sem que ninguém perceba, prega algo na capa. Sob aplausos, Yana Bahra deixa o local. Policiais fazem um cordão de isolamento. Ela entra num carro estacionado debaixo do palco. O motorista avança lentamente pela rua. E da janela do banco traseiro, a atriz, com a mão direita, acena se despedindo, enquanto a esquerda movimenta-se agilmente, retira o objeto pregado na capa e esconde no sapato de bico fino.

YANA BAHRA - o recado
O objeto era um pedaço de papel com um número de telefone. Ao lê-lo, Yana começou a tremer de raiva. Era um telefone que ela conhecia bem, poucas palavras e a letra P como assinatura.
Eis o bilhete:
“Flora di Garmignon também está no Brasil. Dê um jeito de não encontrá-la. Desapareça do mapa.” - P

Wednesday, February 07, 2007

EPISÓDIO REVELAÇÃO 31

“A mulher encapuzada, alta e magra, de corpo escultural, segurava na mão direita uma arma e na esquerda uma bengala, na qual se apoiava para andar... (Epis.26) .... e apareceu na soleira uma mulher de olhos azuis infinitos, corpo escultural, apoiada numa bengala... (Epis.29)

FLORA DI GARMIGNON – a condessa
A denúncia do derramamento de pedras partiu da condessa Flora di Garmignon ao descobrir que suas jóias verdadeiras estavam sendo substituídas por bijuterias, numa joalheria da Rua Mariahilfestrasse, em Viena. Um joalheiro amigo seu, o qual ela não desconfiava que fosse da equipe de Pássaro - o maior ladrão de jóias de Budapest, estava fazendo réplicas de suas peças verdadeiras. Tudo era engendrado na Sperrgasse, um beco que fazia esquina com a Mariahilfestrasse. Até o dia da descoberta, o joalheiro era de plena confiança de Flora.
A par do esquema, ao ver que não tinha uma jóia verdadeira sequer, Flora di Garmignon teve um ataque de nervos. Passou meia hora gritando e quebrando tudo o que via pela frente dentro de casa e se internou numa clínica em Gmunden, na Alemanha. Mas como não era mulher de se abater, recuperou-se rapidamente, fez a denúncia e a polícia partiu para a ação, mesmo porque tudo culminou com a denúncia do roubo de uma joalheria em Budapest.
Flora decidiu recuperar as suas jóias, por bem ou por mal, e usou outra estratégia também. Organizou uma festa no campo para comemorar o início do verão vienense. Conversou com a amiga Yana Bahra, que filmava em Berlin e pediu à atriz para convidar o bandido Pássaro (alguém magoado com o chefão informou à Flora que possivelmente seria ele o ladrão). Ao oficializar o convite, a condessa usou a desculpa de que desejava vender parte de suas jóias e que ele era a pessoa certa para avaliá-las. Ela sabia que Pássaro era apaixonado por Yana Bahra, que lhe devia favores como empurrõezinhos na carreira de atriz e empurrões, socos, pontapés e ameaça de morte a um diplomata francês que teve uma filha com Yana – Andie - e não queria reconhecê-la. Assim, estabelecidas as relações de confiança após a festa na sua propriedade em Lanzendorf, Flora di Garmignon Infiltrou-se na quadrilha com o objetivo de recuperar as suas jóias. O Chefão aceitou-a como colaboradora, a pedido de Yana Bahra.
A condessa era uma mulher de 55 anos, refinada, inteligentíssima e esperta. Pássaro era um bilhão de vezes mais refinado, mais inteligente e muito mais esperto que ela. E a partir do instante em que recebeu o convite para a festa, ficou de olhos arregalados e preferiu mantê-la bem próxima.
Foi mais ou menos assim que começou a história do roubo de jóias em Budapest. E na confusão, bandidos, policiais e suspeitos se misturavam uns aos outros num emaranhado difícil de entender.
Em tempo: além de personalidades do mundo artístico e empresarial, também estiveram presentes na festa, o Ministro e a sua sofisticadíssima esposa Júlia.
No Episódio 32 - YANA BAHRA está de volta, espumando de raiva.
No Episódio 33 - Clarice não deixou por menos. Depois daquela briga no vestiário, chamou Dulcinéia e Sabrina na secretaria. Deu o maior bode (rolo, confusão...)
E no meu blog de contos Na Ponta do Lápis

Thursday, February 01, 2007

EPISÓDIO 30 - final

NA MANSÃO
- Mamãe, chegou uma Kombi aqui. Saiu de dentro um açougueiro com uma caixa. Ficou muito tempo lá nos fundos com Andie e Tina. Depois, Andie saiu deitada no ombro de Tina e um médico junto delas. O médico parecia o açougueiro...
Júlia fica preocupada com a informação do filho.
- Quando foi isso, Pedro Henrique?
- Faz muito tempo!
- E por que você não avisou ninguém, menino?
- A senhora estava lá em cima com as modelos e a arrumadeira, Penha no supermercado, nem vi Xavier, meu professor de natação chegou. Fui nadar.
- Isso tá muito estranho. O que mais você viu?
- Andie saiu dirigindo a Kombi do açougueiro que era um médico. Ele empurrou Tina pra entrar. Fecharam os vidros e saíram.
- Que horas isso aconteceu? – Júlia parece realmente preocupada.
- Ih, tem muito tempo! Umas três horas.
- Isso tá me cheirando coisa errada!
- Mamãe, eu sei a placa da Kombi. Era JPH - as iniciais do nome da senhora, do meu e...
- Menino, você puxou à mamãe. É muito inteligente, mas como vamos localizar a tal Kombi só com as letras?
- A senhora não espera eu terminar de falar... espera... era JPH e a data do meu aniversário, o dia e o mês. Igualzinho, mamãe!
- Pedro Henrique, você é demais! Se acontecer alguma coisa às meninas, temos como localizar o tal açougueiro, médico, sei lá... – finalizou Júlia mais tranqüila.
A partir do Episódio 31 você vai entender todo o esquema do roubo de pedras em Budapest. E vai sair correndo atrás dos ladrões. Não perca FLORA DI GARMINGNON - a condessa
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