Sunday, March 04, 2007

EPISÓDIO 38

O CASAMENTO
- Felício, não se esqueça que temos um casamento no sábado.
- O nosso, Clarice? – brinca o professor.
- Vira essa boca pra lá!
- De quem então?
- Do nosso advogado Fausto, esqueceu?
- É verdade! Ih! Temos que viajar... engraçado, o advogado do colégio mora em outra cidade.
- Ele é o melhor que existe. O homem é famoso no país inteiro. Você compra as passagens aéreas?
- Agora mesmo! Veja.
O renomado professor acessa o laptop, mexendo por alguns minutos. Depois diz a Clarice.
- Pronto! Transferi o dinheiro para a conta da empresa aérea. Vou imprimir as passagens.
- Ótimo. Hoje vou sair mais cedo pra comprar roupas?
- Clarice, mais roupa? Não é só escolher no guarda-roupas?
- Felício, você não entende as mulheres – sorri Clarice. - Acha que vou para um casamento luxuosíssimo, de um ricaço daqueles, com os vestidos que uso na escola?
Felício sorri, brincando.
- Pois eu vou com a roupa que tenho!
- Homem é diferente... peraí, vamos juntos ! Quero você impecável!
- O.k., não vou te envergonhar! Tá falando como uma esposa – brinca, tocando ligeiramente a mão da diretora.
Clarice olha-o longamente, calada. Ela está diante do homem que gostaria de ser a esposa. Embaraçada, não diz nada. Retira a mão e pede licença ao professor. Ao vê-lo saindo, caminha até a janela e vê um casal de adolescentes se beijando. Sua tristeza aumenta ainda mais.
F I M
Lembra de Selma, que conversava com Júlia no Shopping Galeria onde o detetive alemão morreu?
Então não perca o Episódio 39 – SONHO DOURADO.
Um casamento, uma brincadeira, uma surpresa na festa, um desfecho inesperado. Enquanto isso, em Budapest...

EPISÓDIO REVELAÇÃO 37

LEIA ESTE TRECHO DO EPISÓDIO 10 - FINAL:
APÓS A GRAVAÇÃO DO VÍDEO DE YANA BAHRA, FELÍCIO GALVÃO DÁ UMA CARONA PARA ANDIE.

Felício Galvão faz a manobra. Andie não entra na lanchonete. Espera que ele saia. Felício não se decide. Sem saber porque, fica ali parado, olhando distraído as pessoas à sua volta. Outra vez a voz da menina despertou-o.
- Obrigado, professor! Pode ir!
- Tchau, Andie!
Ir não era o desejo dele. Queria ficar mais. Sentir o contato dela, o perfume discreto, o sorriso. Contra a vontade, vai acelerando a moto e se arrancando devagar. Vira-se rapidamente e vê a menina acenando. Por fim, contorna a esquina. Mal desaparece, a garota olha para todos os lados, como se procurasse alguém. Espera alguns minutos. Em seguida atravessa a rua e toma outra direção.

ANDIE - a triste decisão
- Pois não senhorita!
- Tenho hora marcada!
- Nome?
- Andie von der Ghlantèe!
- Espere só um momento!
A atendente entrou no consultório. Passados alguns segundos saiu anunciando.
- Pode entrar. O dr. está esperando-a!
Apressadamente Andie se levantou e empurrou a porta, onde um médico grisalho a recebeu com um sorriso.
- Andie! Bom dia, minha filha! Ouça, você tem certeza do que vai fazer? Não vai se arrepender depois?
- Claro que não. Já tomei a decisão!
- E o pai...
- O pai? – Andie não conteve as lágrimas que inundaram os olhos. – Deve estar no fundo do Danúbio!
- Como?
- O pai está morto, doutor, não pode fazer nada!
- Sinto muito!
- Tudo bem, doutor! O que devo fazer?
- Seguiu os procedimentos que recomendei? Está em jejum?
- Sim!
- Entre naquela salinha, vista essa roupa. A enfermeira já vem te preparar. Lembre-se, Andie, depois que sair daqui, repouso absoluto!

Ao sair da clínica num táxi, Andie não sabia se via tudo embaçado pelas lágrimas ou se pelo efeito da anestesia. De uma coisa tinha certeza. O seu coração estava em pedaços. Se aquela tragédia toda não tivesse acontecido com Tzeck, certamente eles poderiam ter o tão sonhado bebê.
F I M
No Episódio 38 - O CASAMENTO
E no blog de contos Na Ponta do Lápis

Thursday, March 01, 2007

EPISÓDIO 36

ANDIE - o embarque
Dois dias depois de estar escondida na casa do amigo Branok e inconsolável com a morte de Tzeck, Andie embarcou para a Suíça. Ao atravessar a fronteira austro-húngara, a polícia invadiu o trem, revistando todo mundo à procura dos brincos e do contrabando de diamantes. Foi nesse momento que a agente ruiva e um policial negro a abordaram, falando até em latim. Andie fingiu de desentendida e agiu de acordo com as orientações do namorado Tzeck (Episódio 1). E no momento em que foi conduzida para uma sala escura e o homem de fisionomia coreana falou em português, ela respondeu com poucas palavras, fingindo-se de desentendida.
Da mesma forma, os bandidos, usando uniformes de policiais, também invadiram o trem à procura da mulher que Pássaro usara para atravessar a fronteira com o contrabando. A tal mulher, uma brasileira, embarcou no trem, mas desceu não se sabe onde com a encomenda que deveria ser entregue em Freiburg. Segundo fontes, ela ficou com medo de ser pega, ao mesmo tempo, tentada a roubar a fortuna que conduzia. E por isso saiu distribuindo as pedras entre amigos de sua confiança para despistar as autoridades. Tal atitude foi o seu grande erro. Aí é que tudo se perdeu!
Segundo informantes de Pássaro, a mulher desembarcou numa cidadezinha da Áustria e ninguém sabe onde está agora. Outros dizem que ela nem chegou a sair de Budapest.


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