SONHO DOURADO
- 2ª parte
O pianista toca “Até Quando Você Voltar”, uma romântica música, que fala do amor de uma cinqüentona e um deficiente físico. Completamente envolvidos, os convidados são transportados para uma atmosfera de nostalgia.
Clarice olha disfarçadamente para Felício e sente um aperto no coração. Gostaria de estar nos seus braços, dançando aquela música. Entretanto, o encantamento da musica é interrompido por gritos alucinados. Todos correm na direção dos gritos.
- O que foi? Quê aconteceu?
- Uma barata... – balbucia Marta.
Todos correm para socorrê-la quando ela começa a desmaiar.
Aproveitando a oportunidade de estar sozinho com Selma, Carlo pressiona-a.
- Preciso de grana pra colocar uns acessórios no meu carro.
- Está pensando que sou dona do BB. Que já tenho a senha?
- Se vire! Ou conto que nós dois...
- Mude de assunto. Fausto vem vindo.
Minutos depois, Flora di Garmingnon e Carlo vão ao encontro da noiva.
- Selma, onde está o Fausto? Traga-o aqui.
Ela avista-o, observando um barco que vai cruzando o mar.
- Fausto!
- Que foi, meu bem?
Os convidados se aproximam do casal.
- Nossos amigos querem... – somente ele ouve o que Selma termina de dizer.
Fausto fica embaraçado e gagueja.
- O... quê? Pra quê?
- Não foi idéia minha, querido, mas você concorda?
Relutante, Fausto diz que sim. Então Selma começa a se despir. Ele é conduzido para um canto do jardim. Selma vai ao seu encontro. Começam a maquiá-lo. Ele põe o vestido. O mordomo traz uma peruca. Num segundo, está completamente transformado.
Felício Galvão deixa Clarice sozinha e se aproxima do grupo.
Carlo sugere:
- Acho que o garçom pode fazer par com o noivo.
Júlia, batendo frenéticas palminhas, grita, sacudindo os cabelos, agora novamente negros de tintura :
- Garçom!
O rapaz se aproxima. Júlia determina.
- Você fará o noivo.
- Que devo fazer?
- Dar o braço à “noiva”. Vamos fazer uns joguinhos com vocês.
O garçom, em silêncio, vai se sentar ao lado de Fausto.
A brincadeira ganha o auge. As vozes se confundem com as músicas executadas pelo pianista.
Venta. Toda a cobertura é invadida pela brisa marítima e pelo perfume das rosas do jardim. O pianista executa músicas ciganas, fitando de vez em quando os convidados.
Fausto, bastante à vontade, rebola freneticamente, fazendo reluzir as pedrinhas de diamante do vestido. A timidez deu lugar à alegria.
Naquele instante, surge no jardim uma elegantíssima senhora, que apressadamente, esclarece:
C o n t i n u a...
Quem é essa senhora? Não sabe? Então leia o final do Episódio 39- final. E acesse o
Na Ponta do LápisVEM AÍ...
Um histórico de infância nem sempre triste, nem sempre alegre, narrado por um idoso, numa trajetória desde a 2ª Guerra Mundial, passando pela Ditadura, até os dias de hoje, quando o progresso avança, transformando vidas. E na própria voz da criança peralta que foi, ficamos sabendo: “Tudo mudou... só as lembranças permanecem intocáveis”.
- DIÁRIO DE UM PERALTA