Saturday, April 21, 2007

EPISÓDIO 40 - 1ª parte

OUÇAM ESSA HISTÓRIA BOMBÁSTICA QUE DONA MARIA PORÉM CONTOU PRA DULCINÉIA...
EM FAMÍLIA
1ª parte
Uma das bonitas coisas que existia naquela casa era a intimidade das duas. A filha adorava ouvir as histórias da mãe, mesmo com a televisão ligada para ver as novelas. E nesse dia, com a cabeça de Dulcinéia no colo e alisando os seus cabelos negros, dona Maria Porém contava:
- ... éramos muito amigas. Eu trabalhava na casa de dona Guilhermina Prates e Mirtes era uma alemoa filha dos Lutz. A gente saía toda domingo pra matinê. Um dia conheci um rapaz. Foi assim: a gente estava no cinema, quando eu o vi pedindo licença. Pensei que ele queria sentar perto de Mirtes, mas o danado veio pro meu lado e sentou, encostando o braço no meu. Eu o empurrava, ele insistia...
Dulcinéia começou a rir.
- A senhora, hein...?
- Naquele tempo não tinha essa senvergonheira de hoje. Por isso é que eu empurrava o braço dele.
- E ele?
- Pensei que fosse um aproveitador, mas depois ele ficou quieto e assistiu ao filme. Não insistiu mais. Na saída, conversamos muito. Ele comprou algodão doce pra nós, ficamos dando voltas na praça...
- Como era diferente naquele tempo, né, mamãe?
- Bastante! Mirtes tinha um namorado. Um caixeiro-viajante.
- Que é isso, mamãe?
- Hoje a gente chama de representante comercial. O namorado de Mirtes não parava na cidade. Ela era bem branquinha e ele negro. Brincando, a gente chamava ele de Carvão. Quando saíamos os três, o pessoal pensava que eu era a namorada...
- Só porque a senhora é morena?
- Sim... Mirtes se casou com ele. Coitada!
- Por que coitada, mamãe?
Dona Maria Porém não respondeu. Calou-se pensativa, enquanto os dedos continuavam passeando pelos cabelos da filha. Incomodada com o silêncio, Dulcinéia se ergueu, encarando-a:
- Coitada por que, mamãe?
- O namorado de Mirtes, o Galvao, sofreu um acidente na estrada! Ela ficou viúva pouco tempo depois de casada. Estava grávida. Quando deu à luz, veio pra casa e batizou a criança. Eu fui a madrinha... ... teve uma infecção por causa do parto. Foi internada às pressas e morreu. Coitada, queria tanto ter filhos! Estava tão feliz! Já tinha escolhido até o nome da criança... Felício... antes mesmo de ele nascer... A família era contra o casamento. Depois que ela morreu, sumiram com o menino. Não pude fazer nada. Aliás, eles nem gostavam de mim. Me chamavam de “a negrinha, empregada da velha Guilhermina Prates”. Até hoje ninguém sabe do menino... Dizem que foi levado pra Itália... Menino? Já é um homem! É bem mais velho que você!
C o n t i n u a...
Qualquer semelhança será coincidência? Será? Não deixe de ler a continuação. Revelações inéditas...
Leia DIÁRIO DE UM PERALTA - revelações sobre um tempo que jamais voltará , no Na Ponta do Lápis

2 Comments:

At 1:10 PM, Blogger Tyr Quentalë said...

O.O Eis que surge a história de quem era a mãe de Felício Galvão. Meu deus!!! Que coisa mais bombástica... Quer dizer que a maria Porém é a madrinha do famigerado professor que coloca a Dulcinéia em encrenca????
Putz... Cadê o resto, Rubo?

 
At 6:52 AM, Blogger Marco said...

Rapaz... A história ganhou mais uma virada. Está ficando cada vez mais interessante. Quando saem reviravoltas assim do passado dos personagens a gente sempre faz aquele: "Ahhhhh..."
Vamunessa, Rubo! Carpe Diem.

 

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