Sunday, April 22, 2007

EPISÓDIO 43

EIS A VERDADEIRA HISTÓRIA DA ADOÇÃO DE FELÍCIO GALVÃO PELO CASAL DE ITALIANOS

O PEQUENO FELÍCIO
Anna Lutz, a mãe de Mirtes, uma alemã viúva, racista ao extremo, não se conformava com o casamento da filha com um negro. O fato a desgostou tão profundamente que ela resolveu tomar medidas drásticas, como expulsar de casa a filha e deserdá-la, passando todos os bens para Max, o outro filho. Mirtes não deu importância a isso. Não queria fazendas. Queria o amor do seu caixeiro-viajante negro. E assim casou-se e foi viver com ele num bairro afastado, bem longe da mãe.
Viviam felizes, os dois, muito apaixonados, mas a felicidade durou pouco. Galvão foi acidentado e morreu na estrada, quando voltava de uma viagem. Mirtes já estava grávida, embora tivesse apenas três meses de casada.

Depois da morte de Galvão, Anna Lutz convidou-a para voltar para casa. Na realidade, ela já havia elaborado um plano para se livrar da criança. Quando o bebê nasceu, dois dias após ter recebido alta do hospital, Mirtes teve que ser internada às pressas. Estava com uma infecção. E o inevitável aconteceu. Ela veio a falecer em conseqüência disso. No dia do enterro, Anna entrou em contato com um casal de amigos na Itália – Pietra e Antonioni, os quais queriam adotar uma criança porque não conseguiam ter filhos.

Ela já havia combinado também com um diretor de maternidade, mediante pagamento de uma boa quantia, para que ele aceitasse a criança como se fosse rejeitada pela mãe. O diretor, tentado pela fortuna que recebera e mais ainda pelo que viria do casal italiano, aceitou de imediato a proposta. Logo após o enterro de Mirtes, Anna Lutz entregou o bebê ao diretor.

Como de costume, Antonioni e Pietra vinham ao Brasil uma vez por ano para visitar Anna. Esperançosos, sempre iam às maternidades, mas nunca decidiam. Desta vez, foram ao local certo. Viram o menino, uma criança linda, morena, cabelos cheios, olhos negros. Ficaram encantados com ele. Estavam cientes de que por trás de tudo havia a sujeira de uma pessoa cruel, que não aceitou a felicidade da filha. Mesmo assim, o casal decidiu levar o pequeno. Entretanto, um problema: Mirtes já o havia registrado. O que fazer então? O próprio diretor da maternidade ajeitou tudo para que embarcassem com o bebê sem problemas com as autoridades. E assim o levaram na clandestinidade para a Itália.
Leia DIÁRIO DE UM PERALTA - no blog Na Ponta do Lápis

3 Comments:

At 5:04 PM, Blogger Tyr Quentalë said...

E Viva a clandestinidade!
Meu caro Rubo, não me delongarei em meus elogios quanto a trama de Dulcinéia e o esclarecer do que havia acontecido ao pequeno Felício. Confesso que fiquei espantada com a crueldade da mãe de Mirtes e o acindente... huuum.. ele está suspeito, não? Um acidente na estrada? Não teria sido a própria Lutz que atropelou o caixeiro-viajante justamente para colocar a Mirtes de volta debaixo das asas dela, apenas para poder tomar o neto e despachá-lo para o mais longe possivel? E Rubo, que mãe é esta que a filha adoentada, não move uma palha para ajudar? Para quem tinha levado a filha de volta para casa, deixar a filha morrer por conta de infecção é demais, para o meu gosto e meu coração de mãe. Huuum.. para quem disse que não se delongaria... rsrsrsrsrs Beijos Rubo!

 
At 2:29 PM, Blogger Marco said...

Um capítulo que esclarece a origem de um dos pesonagens principais da trama, e voc~e o fez muito bem. Não tem nada aí que seja inverossímel. Bom final de semana. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

 
At 12:29 PM, Anonymous Anonymous said...

A origem de Felício... Caraca, fico pensando no que isso contribuirá para o desenrolar dos acontecimentos, mas minha imaginação não é como a sua... Então, fico na expectativa do próximo capítulo! Abraço!

 

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