EPISÓDIO 14

Fazia muito calor. Os adolescentes estavam agitados, na maior algazarra, jogando bolinhas de papel uns nos outros, cutucando as meninas, gritando e subindo nas carteiras quando o professor Galvão chegou. Eles pararam com a bagunça? Claro que não! Só porque um professor chegou, eles iriam interromper o fusuê? Não mesmo!
Para conter os ânimos e como adorava ortografia, o PhD resolveu fazer o seguinte joguinho: dar um ditado para em seguida os alunos usarem as mesmas palavras numa redação.
- Passa o ditado no quadro, professor! – pediu um aluno menos comportado.
Todos caíram na risada. Era sempre assim. Alguém esperava que o outro soltasse uma piadinha pra sala inteira rir.
- Você me deu uma boa idéia. É o que vou fazer.
- Oba! – a sala inteira gritou, mas um valeu brother soou mais alto.
Felício Galvão voltou-se para o quadro. A turma abriu os cadernos. Repentinamente o professor virou-se para a sala e determinou:
- Escrevam!
Tiago argumentou, meio chateado.
- O senhor não ia passar no quadro?
- Pretérito!
- Não saquei! Viajei nessa!
- Pretérito: passado. Ia, não vou mais!
- Ah!...
A sala inteira estava em silêncio aguardando o seguinte: que o professor começasse o ditado ou que surgisse uma gracinha pra todo mundo cair na risada. Pintou a primeira opção.
O professor disse para a garota de cabelos castanhos que passava batom:
- Tina, assim que eu terminar, você dita e eu escrevo no quadro para a correção. Assim me livro de ver tanto vermelho na minha frente.
Um tatuado, puxa-riso, disse.
- Putz, Professor! O senhor também não gosta de vermelho?
- Ao contrário. Gosto tanto que vou economizar a tinta vermelha da minha caneta!
Encerrada a aula, empurrando uns aos outros, os alunos deixaram a sala. Alguns pela janela mesmo. O renomado professor ficou sentado, organizando as folhas de caderno e olhando Tina configurar o celular. Quando a menina se levantou...
- Tina, quero falar com você!
- Ai, professor. Pode baixar a guarda! Eu não fiz nada! Aquela Dulcinéia é uma chata!
- Não é sobre isso...
Tina olhou-o intrigada. Ele perdeu a coragem de falar.
- Rápido, professor! Meu motorista está me esperando, mas acho que já sei o que é!
- Sabe nada. Pode ir, Tina!
- Xi!!! Não quer falar.... Fui!
E saiu. Felício ficou sozinho, olhando pensativo para a janela por onde os alunos pulavam aos montes, um atrás do outro, na maior algazarra. Entretanto, não se passaram dois minutos e a porta se abriu novamente. Tina entrou apressada e entregou a ele um pedaço de papel.
- Taqui, professor, o que o sr. queria! Mas vou logo avisando: ela viajou!
Felício agarrou rapidamente o pedaço de papel e enfiou no bolso da camisa. A filha do ministro saiu. Ao se ver sozinho, ele abriu o papel e deu pulos de alegria. Dava socos no ar, segurando com força o papel onde constava o número do celular de Andie.
E nessa euforia toda, dirigiu-se para a sala da diretora. Antes de entrar, respirou fundo e assumiu uma outra postura. A postura do professor mais respeitado do colégio.
Paixões invadiram a minissérie no EPISÓDIO 15 - QUEM SABE UM NOVO AMOR? E também um mistério que deixou muita gente com a pulga atrás da orelha será revelado.
Duas amigas, uma do Rio e a outra de Fortaleza. E entre elas um diálogo surpreendente - Na Ponta do Lápis.
12 Comments:
RESUMO DO EPISODIO 13
Entra em cena Júlia, uma nova personagem. Esposa do Ministro, mãe de Tina. E nas palavras de Dora Vilela, do blog Pretensos Colóquios, que não perde um Episódio da minissérie: “... cheia de classe, posuda, elegantérrima... Deve ser habituèe da Daslu...”
A Julia terá um papel-chave na minissérie.
Querido, cada vez gosto mais do professor. Ele é humano, sofre e se alegra. E, ainda por cima, está apaixonado!
Mas que alunos, hein???? Cruzes!!!
Adorei o episódio. Aliás, isso é natural.
beijos
P.S. Não demore com o próximo!
Rubo!!!!!!! Tenho pesadelo com alunos fazendo confusão na sala!! Não sou mais professora em escolas, por causa desse "trauma"! rs Só dou aulas particulares, há um tempão!! E vc descreveu com maestria a irreverência e a indisciplina deles, exatamente do jeito que eu, simplesmente, odiava!!! rs
Valeu. Mas, me deixou com a maior peninha do professor...Ainda bem que ele está apaixonado! Pelo menos, tem compensações!!
Beijos.
Dora
Rapaz... Me fez lembrar do meu colégio...
Bem, as paixões estão chegando definitivamente à minissérie. Vem se juntar à intriga e ao mistério. Isso está bem legal!
Abração, Rubo!
Olá Rubo: parece que, enfim, o professor irá conseguir falar com a Andie, hein? O celular ele já tem em mãos. Agora é só ligar e acertar o encontro. O encontro de um apaixonado. Que alegria a dele quando recebeu o número... parecia pinto em beira de cerca a se banhar no rio próximo. Todo saltitante e feliz!
Um abraço...
ESTIVE AQUI MEU ANJO AMDA COLOCANDO TODA A LEITURA EM DIA
BJSSSSSSSSSSSSSSSS
Rubo será que sala de aula tem essa bagunça de verdade? As que conheço funcionam bem.
Liliane de Paula
E lá está o renomado professor Gavião, finalmente de posse do nº do celular de sua paixão - se é que ela, misteriosa como quê, já não o tenha trocado! Enquanto isso, por onde andará Dulcinéia?
Abraços.
Ah!!
Inexplicávelmente se agita dentro aquela torcida por um amor improvável de situação cabível... algo de adolescente que nunca morre bem dentro das nossas sensações. É que fundamental é mesmo o amor...
No aguardo...
**Estrelas**
Rubo, vc sempre nos deixando curiosos, não é? Afinal, qual é a desse prof? Parece que está afundando na contradição... será a paixão pela "marginal" Andie? Bom, aguardemos o destino dos personagens. Parabéns e até o próximo ca´pítulo.
Neste episódio vc me fez lembrar do meu tempo de professora e dos meus queridos e emdiabrados alunos! rs...
Gosto deste professor, viu?
Quem diria? Quer dizer que Andie notou a queda do professor e se antecippou deixando o celular dela com Tina, para que a mesma entregasse a ele? Huuum.. Muitos poderiam achar suspeita a viagem de Andie, depois do assalto, Mas estamos apenas caminhando para o encontro de eventos citados ateriormente em outros capítulos. Quanto ao professor, ainda sinto pena dele. Aluno e professor sempre foi sinônimo de encrenca das grossas. Mas continuemos, pois tenho um bom tempo para devorar os capítulos que se seguem.
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