EPISÓDIO 25 - 1ª parte
OLHOS NEGROS, apaixonados!
1ª parte
O renomado professor vinha andando a passos largos pelo corredor com os braços abarrotados de livros, quando cruzou com uma aluna.
- Nossa, professor, quanto livro!
- É preciso ler muito para preparar as aulas, ficar informado...
- O sr. gastou uma grana com tudo isso!
- Gastei nada! A gente ganha das editoras. É cortesia!
- Então eu também quero. Como faço pra receber?
- Primeiramente, você tem que ser professora. De que turma você é?
- Terceiro...
- Então falta pouco. Quando entrar pra faculdade, cursar uns quatro anos...
- Menos, professor, menos!
- Falo sério!
- Qual é, professor?
- Sério!
- O sr. não disse que os livros são de graça?
- E são!
- Grátis coisa nenhuma, xará! Quatro anos de faculdade custam muito!
A aluna entrou no laboratório de química e Felício continuou andando, quando viu a copeira cruzando o corredor.
- Dulcinéia!
Ao ouvi-lo, ela acelerou os passos, virou à esquerda no corredor, empurrou a primeira porta que viu e entrou na sala. Lá dentro o silêncio era absoluto. Dulcinéia deparou com umas pessoas de roupa branca, sentadas em círculo, todas de olhos fechados, pernas e braços cruzadas. Ela se deu conta do engano, fez meia volta e ia saindo pé ante pé, quando ouviu um grito, seguido de uma gargalhada. Tina, a filha do ministro, foi a primeira a vê-la e não se conteve. Dulcinéia experimentou a sensação de mais de vinte e seis pares de olhos cravados nela, para depois ouvir a explosão de sonoras gargalhadas e dedos que apontavam na sua direção. Antes que se recuperasse da surpresa, uma jovem magrinha, de rabo-de-cavalo, que estava à frente do grupo, levantou-se de um salto e argumentou:
- Você não podia ter entrado aqui. Não viu a placa lá fora?
- Desculpe, professora. Eu estava fugindo! – cochichou.
- Fugindo de quê? Pode-se saber?
- Deixa pra lá!
- Quer fazer a gentileza de se retirar? Veja o que você fez! Interrompeu a aula de Meditação! – disse a professora, mostrando a ela a porta e apertando o laço do roupão branco.
Em seguida, batendo palmas, gritou:
- Silêncio!
Os alunos, entretanto, não paravam de rir. E Tina, enrolando com o dedo a trancinha na qual pendia um diamante, rolava pelo chão, sem conseguir se controlar.
Dulcinéia sentiu raiva dela.
- Logo essa creTina, amiga da tal de Andie, foi ver meu fora! Bem que um pivete podia cortar essa trancinha dela e levar o diamante. Seria bem feito! Mas a patricinha tem um motorista-segurança que vem pegá-la na porta da escola.
Cogitou mandar seqüestrar o motorista de Tina, pra menina ter que atravessar o centro da cidade e pegar um coletivo. Entretanto chegou à conclusão de que ela pegaria um táxi no estacionamento do colégio. E concluiu também que esse seu plano era outra roubada.
A professora, vendo-a ali, com a bandeja na mão, sem se mover, convidou rispidamente.
- Por favor...
Envergonhada, Dulcinéia foi saindo. No corredor,...
- Nossa, professor, quanto livro!
- É preciso ler muito para preparar as aulas, ficar informado...
- O sr. gastou uma grana com tudo isso!
- Gastei nada! A gente ganha das editoras. É cortesia!
- Então eu também quero. Como faço pra receber?
- Primeiramente, você tem que ser professora. De que turma você é?
- Terceiro...
- Então falta pouco. Quando entrar pra faculdade, cursar uns quatro anos...
- Menos, professor, menos!
- Falo sério!
- Qual é, professor?
- Sério!
- O sr. não disse que os livros são de graça?
- E são!
- Grátis coisa nenhuma, xará! Quatro anos de faculdade custam muito!
A aluna entrou no laboratório de química e Felício continuou andando, quando viu a copeira cruzando o corredor.
- Dulcinéia!
Ao ouvi-lo, ela acelerou os passos, virou à esquerda no corredor, empurrou a primeira porta que viu e entrou na sala. Lá dentro o silêncio era absoluto. Dulcinéia deparou com umas pessoas de roupa branca, sentadas em círculo, todas de olhos fechados, pernas e braços cruzadas. Ela se deu conta do engano, fez meia volta e ia saindo pé ante pé, quando ouviu um grito, seguido de uma gargalhada. Tina, a filha do ministro, foi a primeira a vê-la e não se conteve. Dulcinéia experimentou a sensação de mais de vinte e seis pares de olhos cravados nela, para depois ouvir a explosão de sonoras gargalhadas e dedos que apontavam na sua direção. Antes que se recuperasse da surpresa, uma jovem magrinha, de rabo-de-cavalo, que estava à frente do grupo, levantou-se de um salto e argumentou:
- Você não podia ter entrado aqui. Não viu a placa lá fora?
- Desculpe, professora. Eu estava fugindo! – cochichou.
- Fugindo de quê? Pode-se saber?
- Deixa pra lá!
- Quer fazer a gentileza de se retirar? Veja o que você fez! Interrompeu a aula de Meditação! – disse a professora, mostrando a ela a porta e apertando o laço do roupão branco.
Em seguida, batendo palmas, gritou:
- Silêncio!
Os alunos, entretanto, não paravam de rir. E Tina, enrolando com o dedo a trancinha na qual pendia um diamante, rolava pelo chão, sem conseguir se controlar.
Dulcinéia sentiu raiva dela.
- Logo essa creTina, amiga da tal de Andie, foi ver meu fora! Bem que um pivete podia cortar essa trancinha dela e levar o diamante. Seria bem feito! Mas a patricinha tem um motorista-segurança que vem pegá-la na porta da escola.
Cogitou mandar seqüestrar o motorista de Tina, pra menina ter que atravessar o centro da cidade e pegar um coletivo. Entretanto chegou à conclusão de que ela pegaria um táxi no estacionamento do colégio. E concluiu também que esse seu plano era outra roubada.
A professora, vendo-a ali, com a bandeja na mão, sem se mover, convidou rispidamente.
- Por favor...
Envergonhada, Dulcinéia foi saindo. No corredor,...
CONTINUA
posted by Rubo Medina @ 6:50 AM
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9 Comments:
RESUMO DO EPISÓDIO 24 - A TRAIÇÃO
1 - Num bar, Júlia encontra-se com um homem que diz estar "quase botando a mão nos ladrões de Budapest".
2 - Ela finge desinteresse pelo assunto.
3 - No final, o homem tem um ataque e morre na mesa do bar.
Grande Rubo,
O que eu achei mais interessante no capítulo é você ter começado com uma cena de suspense (com uma boa dose de conflito) e ter terminado com outro mistério igualmente conflituoso. Está ficando craque rapaz! Muito bom. Valeu, um abraço, tenha um ótimo final de semana!
É engraçado como os alunos sempre querem ter vida mansa, veja só? Que aluna mais sem vergonha. Como é que ela estuda em uma escola aonde a maioria das pessoas que estão lá são filhos de pessoas importante e ela me vem com a folga de que quer os livros de graça sem se esforçar para tal coisa? Mas o pior não é isso... A Tina pegou pesado com a Dulcinéia. creTINA mesmo.. Aff!!! Tal qual a mãe dela, que não é flor que se cheire. Mas Confesso que o Lado Negro da Dulcinéia é um tanto quanto estranho. Ela parece bem vingativa, não? Será que a Dulcinéia é realmente capaz de fazer as coisas que ela comentou?
Caramba, quanto ódio no coraçãozinho de Dulcinéia... episódio bem construído, Rubo! Grande abraço!
Não disse? Agora, há uma pausa...Mas, essa Dulcinéia "paga mico" demais!! rsrsrs Gente! E o pior é que é por azar, mesmo!!
Mas, ela tem seus momentos de zanga, não? Apesar de que são bem passageiros, porque ela é quase sempre mais "vítima" das situações do que culpada...né?
Vamos em frente...
Beijos muitos.
Dora
Caro Rubo,
tenho sempre acompanhado as aventuras da Dulcinéia. Me divirto lendo o seu conto/novela. O que nos torna bem diferente no nosso estilo literário. Creio que você tem notado que eu sou mais fã de fazer contos curtos, e por conta desses contos que escrevo e que dei uma grande pausa no meu blogger principal, que fui homenageada por uma grande amiga minha. Ela me surpreendeu ao me mostrar que montou uma comunidade do Tyr Quentalë no orkut e mal ele foi inaugurado, uam das minhas leitoras já deixou o pedido do retorno do Tyr. deixarei aqui o link da comunidade devido ao grande apoio que você me deu por conta de meus comentários.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23164734
Abraços sinceros, Tyr Quentalë!
Ruboooooooooooo, oi meu amigo, saudades de vc...Mas agora tô voltando pra net novamente e vou me atualizar aqui.Beijinhos estaladinhos...RÊ
Eu sempre digo "tadinha da Dulcinéia!"... ela é tão azarada que tudo acontece com ela, desde sua entrada intempestiva na minissérie, trombando com Andie e esparramando uma bandeja pelo chão. Lá já se percebia que a heroína seria mais uma anti-heroína, que nos faria rir. Depois, todas as trapalhadas em que se meteu, neste capítulo ela resolve - sabe-se lá por quê - fugir do renomado professor Gavião e interrompe uma aula de meditação, da qual creTina filha de Júlia participava. Não entendí porquê a creTina rolava pelo chão de tanto rir, mas tudo bem! Vamos em frente que talvez na sequência eu encontre uma explicação. A professora também não precisava pegar tão forte com a pobre copeira apaixonada pelo estranho motorista chileno de dentes de dar prejuizo ao dentista. Mas como a pobre Dulcinéia só dá fora e só paga mico, vamos em frente ver o que acontece na 2ª parte, pois até agora, de olhos negros, apaixonados eu ainda não ví nada.
Rubo pq a Dulce resolveu fugir do professor? Aiai ela é doida mesmo e com essa fuga deu mais um motivo pra creTina zombar dela. O que será que o futuro reserva pra Dulce. Aguardo ansiosamente.
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