EPISÓDIO 27 - final
DEPOIS DA MORTE DO ALEMÃO NO GALERIA, JÚLIA RESOLVE PASSAR POR UMA TRANSFORMAÇÃO RADICAL NA SUA APARÊNCIA, mas atencão: se você não leu a 1ª parte do Episódio, não adiantar ler o final.
NO SALAO DA JÔ
O rapaz de colares até a cintura e foz naturalmente afetada estava escornado na cadeira, ameaçando desmaiar. Jô abanava-o com uma capa de revista.
- Serginho... menina, calma! Calma!, já disse, vamos parar com isso!
- Jô, não consigo, aquela caloteira...
- Serginho... menina... pela última vez! – Jô colocou as mãos na cintura imitando-o. - Você queria que o bairro inteiro ouvisse o escândalo, o choreiro? A coitada berrando, envergonhada?
- Não, Jô, mas levamos um calote! Detesto mulher, quer dizer, detesto pobre!
- Você mesma viu a bolsa, Serginho, cortada de gilete! Levaram todo o dinheiro dela. A coitado foi assaltada! Como a gente ia cobrar?
- Mas Jô... – o rapaz revirava os olhos, abanando-se com um leque japonês, enquanto Jô abria novamente as portas do salão.
- Acabou! “Agora a Inês é morta!” Não vamos ficar mais pobres por causa de um pouco de tinta... Nessa altura, a coitada deve estar cansada de tanto andar, arrastando a sandália arrebentada. Não tinha dinheiro nem pra pegar o ônibus!
Engano seu, Jô! Após se olhar no espelho e ver o resultado da tintura, o que a deixou bastante satisfeita, Júlia botou em ação o seu plano de vítima de assalto, aquela velha história do marginal cortar a bolsa e levar todo o dinheiro...
NO SALAO DA JÔ
O rapaz de colares até a cintura e foz naturalmente afetada estava escornado na cadeira, ameaçando desmaiar. Jô abanava-o com uma capa de revista.
- Serginho... menina, calma! Calma!, já disse, vamos parar com isso!
- Jô, não consigo, aquela caloteira...
- Serginho... menina... pela última vez! – Jô colocou as mãos na cintura imitando-o. - Você queria que o bairro inteiro ouvisse o escândalo, o choreiro? A coitada berrando, envergonhada?
- Não, Jô, mas levamos um calote! Detesto mulher, quer dizer, detesto pobre!
- Você mesma viu a bolsa, Serginho, cortada de gilete! Levaram todo o dinheiro dela. A coitado foi assaltada! Como a gente ia cobrar?
- Mas Jô... – o rapaz revirava os olhos, abanando-se com um leque japonês, enquanto Jô abria novamente as portas do salão.
- Acabou! “Agora a Inês é morta!” Não vamos ficar mais pobres por causa de um pouco de tinta... Nessa altura, a coitada deve estar cansada de tanto andar, arrastando a sandália arrebentada. Não tinha dinheiro nem pra pegar o ônibus!
Engano seu, Jô! Após se olhar no espelho e ver o resultado da tintura, o que a deixou bastante satisfeita, Júlia botou em ação o seu plano de vítima de assalto, aquela velha história do marginal cortar a bolsa e levar todo o dinheiro...
NA CLÍNICA
O oftalmologista, ansioso, quis saber:
- E aí?
- E aí? Veja!
A secretária exibiu pra ele uma nota de um dólar, xingando:
- Aquela bandida! Depois que saiu daí de dentro com a receita, abriu a bolsa, pegou o maço de dólares e me disse:
“- Querida, essa nota é pra você. Dizem que andar com um dólar na bolsa dá sorte. Não acredito nisso! Prefiro andar com muitos, como você mesma pode ver. Fique com esta! Infelizmente só tenho uma. Se eu voltar aqui, dou um jeito de trazer outra para o doutor, afinal, ele mereceu!”
A raiva do oftalmologista tornou-se visível. A secretária continuou contando:
- A doida me entregou esse dólar, levantou e saiu. Ao chegar na porta, apontou pra mim e deu uma gargalhada. Uma mãe ia entrando com uma criança nos braços. O menino levou um susto e abriu a boca num berreiro...
O oftalmologista espumava de raiva. A secretária finalizou, parecendo agora meio assustada:
- Sei não, doutor, mas acho até que vi uma arma na bolsa dela!
O oftalmologista, ansioso, quis saber:
- E aí?
- E aí? Veja!
A secretária exibiu pra ele uma nota de um dólar, xingando:
- Aquela bandida! Depois que saiu daí de dentro com a receita, abriu a bolsa, pegou o maço de dólares e me disse:
“- Querida, essa nota é pra você. Dizem que andar com um dólar na bolsa dá sorte. Não acredito nisso! Prefiro andar com muitos, como você mesma pode ver. Fique com esta! Infelizmente só tenho uma. Se eu voltar aqui, dou um jeito de trazer outra para o doutor, afinal, ele mereceu!”
A raiva do oftalmologista tornou-se visível. A secretária continuou contando:
- A doida me entregou esse dólar, levantou e saiu. Ao chegar na porta, apontou pra mim e deu uma gargalhada. Uma mãe ia entrando com uma criança nos braços. O menino levou um susto e abriu a boca num berreiro...
O oftalmologista espumava de raiva. A secretária finalizou, parecendo agora meio assustada:
- Sei não, doutor, mas acho até que vi uma arma na bolsa dela!
NA ÓPTICA
(2 dias depois)
O balconista, morrendo de medo da bronca, chegou na porta de uma pequena sala que servia de escritório e disse ao patrão:
- O banco recusou as notas de 100 reais que fui depositar! Todas falsas! Levamos um calote!
- Você levou! – disse o patrão. – Será descontado no seu salário!
O rapaz arregalou os olhos. Depois constatou:
- A única pessoa que me pagou com notas de 100, foi aquela mulher que comprou as lentes verdes....
- Sei! Uma mulher elegante, educada... Quem poderia imaginar. Parecia uma ricaça!
- Uma golpista, isto sim! Deve estar por aí, rindo de mim! Ah! se eu pego ela...
(2 dias depois)
O balconista, morrendo de medo da bronca, chegou na porta de uma pequena sala que servia de escritório e disse ao patrão:
- O banco recusou as notas de 100 reais que fui depositar! Todas falsas! Levamos um calote!
- Você levou! – disse o patrão. – Será descontado no seu salário!
O rapaz arregalou os olhos. Depois constatou:
- A única pessoa que me pagou com notas de 100, foi aquela mulher que comprou as lentes verdes....
- Sei! Uma mulher elegante, educada... Quem poderia imaginar. Parecia uma ricaça!
- Uma golpista, isto sim! Deve estar por aí, rindo de mim! Ah! se eu pego ela...
E no Episódio 28, volta em cena Penha - a cozinheira do Ministro, e creTina, quer dizer, Tina.
Enquanto isso, conheça o meu blog de contos/crônicas Na Ponta do Lápis
posted by Rubo Medina @ 3:12 PM
11 comments
11 Comments:
RESUMO DO EPISÓDIO 27 - 1ª parte.
- Para evitar de ser reconhecida depois da morte do detetive alemão no Galeria, Júlia muda completamente o visual, tinge os cabelos, coloca lentes verdes, etc.
Pois é, Rubo, escrever histórias longas requer coragem. Puxa, o que vi aqui (27, primeira e segunda parte) me deixou sem fôlego. Vou me atualizar. Abraço!
Nossa Rubo. Esse Julia ou é de um mal caráter inexplicavel ou uma louca desvairada. Sair dando golpes a torto e direita possuindo muito dinheiro. E além de que prejudicando pessoas inocentes.
Nesse angu tem caroço.
Bom fds pra ti.
Abraços.
Rubo, pelo jeito também estarei prazeirosamente ocupado, com a leitura de seus escritos. Olha, vou copiar do início para ir seguindo o fio da meada. Já atualizei-me, com o HOMEM DO FAROL, vou ver se faço o mesmo com sua história. Abraço.
Olha só que desgraçada. Tá explicado de onde a Tina puxou o jeitão dela. Tomara que a Júlia pague por tudo que ela fez! Que a polícia a encontre e a taque no xilindró, junto com aquelas mulheres que mostrarão o que é brincar de Boneca de verdade. rsrsrsrs. Caramba Rubo, a mulher é rica e poderosa, mas o espírito dela... Nem posso comparar a nada por que se fosse comparar a algo eu estaria rebaixando este algo.
Abraços e espero que você tenha gostado do Conto: O Toque do Fogo!
Rubo Medina. Além do prazer de ler uma coisa deliciosa assim, também aproveito para desejar-lhe feliz natal, com um novo ano cheio de paz e realizações.Fique na Paz de Deus.
Sinceros votos
de
Feliz Natal e Ano Novo repleto
de
Alegria,Paz,Amor,Esperança...
e
realizações
Escritor...Rubo Medina!
Beijinho
Então a Julinha Pipoca é mesmo uma trambiqueira de primeira! Bem que desconfiava! Mulher de ministro, envolvida em casos mal explicados e em um crime, sai por aí dando calotes em todo mundo, é, no mínimo inexplicável. Desse jeito ela acaba atraindo ainda mais atenções sobre ela, pois pelo menos o rapaz da ótica deve fazer um BO na delegacia mais próxima, descrevendo-a e denunciando-a como distribuidora de dinheiro falso. Enquanto isso, a creTina continua sequestrada? E o que terá a Penha, a cozinheira do Ministro, a ver com tudo isso? Hmmmm! Nada disso me parece elementar, meu caro Rubo... aguardemos... aguardemos!
RUBO COMENTA:
- Gostei do apelido JULINHA PIPOCA. Parece nome de cangaceira! Acho que o Zeca disse isto pq Júlia pipocou nesse episódio por todo lado... rs
Meu amigo Rubo...Saudades!
Vou ler TUDIM denovo, agora que acabou, fico menos ansiosa!rs*
Vou ler e depois comento ;)
Beijinhos estaladinhos no meu sempre amigo!Rê
Curioso... Eu poderia jurar que tinha comentado este episódio...
Bem, achei este um dos melhores. Tem uma boa dose de humor, tem desfecho para trama que você armou antes, e, especialmente, tem uma personagem maravilhosa como esta trambiqueira. Seus golpes foram bem urdidos e bem expostos. Muito bom, caro Rubo. Um abraço.
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